sábado, 21 de maio de 2011



Os Doze de Inglaterra

Os Doze de Inglaterra assim designados numa história semi-lendária que é contada por Fernão Veloso (Um dos marinheiros da frota que rumou à Índia) que terá acontecido no reinado de D. João I de Portugal e que descreve uma história típica da conduta da honra e comportamento da cavalaria medieval.
É uma história de cavalheirismo passada na Europa medieval, que conta que doze damas inglesas foram ofendidas por doze nobres, também ingleses que alegavam que elas não eram dignas do nome “damas” por causa das vidas que levavam e porque desafiavam quem quer que fosse para as defender com a força da espada.                                                                                                                                                                                                
As damas em questão viram-se na necessidade de pedir ajuda a amigos e parentes, tendo todos eles recusado a ajuda. Já não sabendo mais o que fazer decidiram pedir ajuda e conselho ao Duque de Lencastre que tinha combatido pelos portugueses contra o reino de Castela e este conhecia bem os portugueses. Assim este indicou-lhe doze cavaleiros lusitanos capazes de defender a honra das referidas damas.
Os nomes desses cavaleiros, são todos personalidades históricas bem conhecidas, a saber:
  • D. Álvaro Vaz de Almada;
  • Álvaro Gonçalves Coutinho (mais conhecido por “Magriço”);
  • João Fernandes Pacheco;
  • Lopo Fernandes Pacheco (pai de Diogo Lopes Pacheco, um dos assassinos de D. Inês de Castro);
  • Álvaro Mendes Cerveira;
  • Rui Mendes Cerveira;
  • João Pereira Agostim;
  • Soeiro da Costa;
  • Luís Gonçalves Malafaia;
  • Martim Lopes de Azevedo;
  • Pedro Homem da Costa;
  • Rui Gomes da Silva;
  •  Vasco Anes da Costa.
Logo que tiveram conhecimento do possível apoio, cada uma das Damas escreveu a cada um dos doze cavaleiros portugueses e até ao rei D. João I de Portugal. Junto com as cartas chegou também o pedido do Duque de Lencastre.                                                                                                                                                                 
  Mediante o escrito nas cartas toda a corte se sentiu ofendida, e visto que, o povo português era um povo cavalheiro e defensor da honra, logo se deu a partida dos Doze para Inglaterra.
Onze dos Cavaleiros terão seguido por mar, entre eles D. Álvaro Vaz de Almada. Mas um deles, querendo demonstrar mais valentia que outros, Álvaro Gonçalves Coutinho, conhecido como "O Magriço", decidiu seguir no seu cavalo por terra para "conhecer terras e águas estranhas, várias gentes e leis e várias manhas", garantindo, no entanto, que estaria presente no local e na data certa.                                                                                
Acontece que, quando chegou o dia do torneio "o Magriço" não estava presente para desespero dos seus companheiros que se viam reduzidos a onze cavaleiros contra os doze cavaleiros de Inglaterra.
As damas estavam já vestidas de preto, visto que uma honra estava em risco de não ser defendida. Mas no último momento e para alegria dos seus companheiros "o Magriço" apareceu e o combate foi travado com glória para os portugueses que ganharam o confronto.                                                                                                                      
Depois de terminadas as contendas foram recebidos pelo duque de Lencastre no seu palácio que lhes ofereceu muitas festas e honras como prova de apreço e gratidão.